Thursday, June 23, 2011

A MAIOR JAZIDA DE POTASSIO DO MUNDO

Maior reserva de potássio do mundo pode estar em MG - 7/4/2011


Autor: RAFAEL TOMAZ - DIÁRIO DO COMÉRCIO

O Alto Paranaíba pode concentrar a maior reserva de potássio a céu aberto do planeta. É o que indica as sondagens iniciais realizadas pela Verde Fertilizantes S/A, controlada pela canadense Amazon Mining, conforme informou o CEO da companhia, Cristiano Veloso. A empresa assinou ontem protocolo de intenções com o governo mineiro do projeto "Cerrado Verde - O potássio de Minas Gerais", orçado em R$ 280 milhões.

Segundo o executivo, durante a assinatura do documento, realizada ontem no Palácio Tiradentes, em Belo Horizonte, o anúncio da dimensão da jazida no Alto Paranaíba deverá ocorrer no terceiro trimestre deste ano, após a conclusão das sondagens na região. As reservas estão localizadas em uma área de 119 mil hectares entre os municípios de Abaeté, Cedro do Abaeté, São Gotardo, Matutina e Tiros.

De acordo com Veloso, somente neste ano serão realizados investimentos da ordem de R$ 30 milhões em pesquisas. Atualmente, os estudos da jazida, iniciados em 2009, estão em sua segunda fase. "Estão sendo feitas as sondagens, que totalizarão 30 mil metros até o terceiro trimestre", disse. As cinco sondas em operação na área já completaram 5 mil metros.

Empregos - O projeto inicial da Verde Fertilizantes abrange a construção até o segundo trimestre de 2013 de uma planta com capacidade inicial para produzir 1 milhão de toneladas/ano de termopotássio. O produto será um substituto parcial do cloreto de potássio na produção de fertilizantes. Deverão ser gerados 286 empregos diretos e 1.330 indiretos.

Caso o termopotássio tenha aceitação no mercado brasileiro, a companhia poderá expandir a produção em até 4,4 milhões de toneladas anuais. O executivo explicou que a planta será construída em um terreno de 400 mil metros quadrados, o que já permitirá a duplicação da unidade industrial 12 meses após o start-up.

Apesar disso, a empresa ainda definirá se aproveitará a área para ampliar a linha de termopotássio ou se irá aumentar o mix de produtos. O município em que a planta será instalada ainda não foi escolhido.

A Verde Fertilizantes já possui uma planta piloto em Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). O termopotássio produzido pela unidade está sendo utilizado nas plantações de eucalipto da ArcelorMittal, conforme informou o CEO da empresa.

O potássio será extraído da rocha verdete por meio de um sistema térmico, que usa o calor para separar o potássio da rocha. Estima-se que a rocha potássica tenha um teor superior a 10%. "Este índice é elevado para uma jazida a céu aberto", afirmou.

Veloso destacou que os investimentos em tecnologia estão contribuindo para a redução dos custos. "A implantação de uma mina de potássio convencional (subterrânea) chega a custar entre US$ 2 bilhões e US$ 4 bilhões", disse.

A necessidade de investimentos elevados resultou na falta de investimentos em novas minas de potássio nas últimas décadas. De acordo com o executivo, o último empreendimento foi a mina Taquari-Vasouras em Sergipe, hoje controlada pela Vale S/A e inaugurada na década de 80.

De acordo com Veloso, o termopotássio contribuíra para a redução da importação de fertilizantes. "Se as reservas forem confirmadas poderemos responder por boa parte do consumo no país", disse.

Estima-se que 92% do mercado brasileiro de potássio sejam atendidos pelas compras externas. Os principais fornecedores do mineral são a Rússia e o Canadá. Com o início da produção no Estado nos próximos anos, estima-se que Minas Gerais tenha uma redução de 16% na dependência do mercado externo e, no país, a queda deverá ser de até 4%.

Além do potássio, a companhia também está realizando pesquisas em busca de reservas de fosfato na região. O mineral é utilizado como matéria-prima na produção de fertilizantes nitrogenados.

A redução da dependência em relação o mercado externo também foi destacada pelo governador Antonio Anastasia durante o evento.

Segundo Veloso, a empresa poderá aumentar em quatro vezes a capacidade de produção dependendo da aceitação do termopotássio no mercado brasileiro. A produção poderá atingir 4,4 milhões de toneladas/ano.

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